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Logotipo da exposição 200 Anos de Ciência e Tecnologia no Brasil
Fotografia da vista noturna do IME.
Fonte: Acervo do IME.
Fotografia da vista aérea do IME.
Fonte: Acervo do IME.

IME - TRADIÇÃO E EXCELÊNCIA

1792

Em 15 de Janeiro de 1699, o Rei de Portugal sancionou uma Carta Régia, criando um curso de formação de soldados técnicos no Brasil-Colônia. O objetivo era capacitar homens na arte da construção de fortificações a fim de promover a defesa da Colônia contra as incursões de outras nações. O Capitão Engenheiro Gregório Gomes Henriques, nesse mesmo ano, ministrou a primeira Aula de Fortificação em território brasileiro.

De 1710 a 1829, o Forte de São Pedro, na cidade de Salvador, sediou a Aula de Fortificação e Artilharia, sendo o Sargento-Mor Engenheiro José Antonio Caldas um dos professores. Enquanto isso, em 1718, no Recife, uma Aula de Fortificação ensinava as partes essenciais de um curso de matemática. Já em 1795, foi criada no Recife uma Aula de Geometria, acrescida, em 1809, do estudo de Cálculo Integral, Mecânica e Hidrodinâmica. Essa aula existiu até 1812.

Em 1738, foi criada, no Rio de Janeiro, a Aula de Artilharia, ampliação da existente em 1699. O Sargento-Mor José Fernandes Pinto Alpoim era o responsável pela mesma e, sob o seu comando, foram construídos os Palácios dos Governadores do Rio de Janeiro, na Praça XV, e de Minas Gerais, em Ouro Preto.

Em 1774, a Aula de Artilharia foi acrescida da cadeira de Arquitetura Militar, passando à denominação de Aula Militar do Regimento de Artilharia, considerada como o "marco inicial da formação de Engenheiros Militares no Brasil", com a dupla finalidade de "preparar artilheiros e de formar oficiais para o exercício de Engenharia".

A Criação da Real Academia

Antecessora do IME

A história do IME remonta ao ano de 1792, quando, por ordem de Dona Maria I, Rainha de Portugal, foi instalada, na cidade do Rio de Janeiro, a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho. Essa foi a primeira escola de Engenharia das Américas e a terceira do mundo, sendo instalada na Casa do Trem de Artilharia, na Ponta do Calabouço, onde atualmente funciona o Museu Histórico Nacional.

Tinha por objetivo formar oficiais das Armas e Engenheiros para o Brasil-Colônia. O curso de Engenharia durava seis anos, sendo que no último ano eram lecionadas as cadeiras de Arquitetura Civil, Materiais de Construção, Caminhos e Calçadas, Hidráulica, Pontes, Canais, Diques e Comportas. A Real Academia tornou-se a base para a implantação da Academia Real Militar, criada em 23 de abril de 1811, por ordem de D. João VI.

A Única Escola de Engenharia do País

A Academia Real Militar mudou de nome quatro vezes: Imperial Academia Militar, em 1822; Academia Militar da Corte, em 1832; Escola Militar, em 1840; e Escola Central, a partir de 1858. Ali se formavam não apenas Oficiais do Exército, mas, engenheiros, militares e civis, visto que era a única escola de Engenharia no Brasil.

Em 1874, a Escola Central desligou-se das finalidades militares, indo para a jurisdição da antiga Secretaria do Império e passando a formar exclusivamente engenheiros civis. A formação de engenheiros militares, bem como a de oficiais em geral, passou a ser realizada na Escola Militar da Praia Vermelha (1874 a 1904). Nesse último ano, a Escola foi transferida para o Realengo, onde eram formados os oficiais de Engenharia e de Artilharia.

A Influência Estrangeira

Sob influência alemã, o Exército Brasileiro suspendeu a formação de engenheiros militares. Previa-se a realização de cursos técnicos de Artilharia e de Engenharia fora do Brasil, para posteriormente ser implantada uma escola militar cujo instrutores seriam os oficiais brasileiros formados nestes cursos.

A Missão Militar Francesa, iniciada na década de 1920, inspirou a criação da Escola de Engenharia Militar. Sua missão seria formar engenheiros, artilheiros, eletrotécnicos, químicos e de fortificação e construção. A Escola de Engenharia Militar começou a funcionar em 1930, ocupando as instalações da Rua Barão de Mesquita, posteriormente ocupado pelo 1º Batalhão de Polícia do Exército.

Em 1933, mudou sua denominação para Escola Técnica do Exército. Em 1934, a Escola Técnica do Exército instalou-se na Rua Moncorvo Filho, no centro do Rio de Janeiro, e, em 1942, no atual prédio da Praia Vermelha. Já sob a influência norte-americana, foi criado o Instituto Militar de Tecnologia (1949). Iniciavam-se, então, programas de estudo, pesquisa e controle de materiais para a indústria.

Centro de Excelência

Antevendo as futuras necessidades do país no setor nuclear, a Escola Técnica do Exército iniciou, em 1958, um Curso de Pós-Graduação em Engenharia Nuclear. Da fusão da Escola Técnica do Exército com o Instituto Militar de Tecnologia, em 1959, nasceu o atual Instituto Militar de Engenharia (IME).

O Instituto destaca-se por ter formado inúmeras gerações de engenheiros, civis e militares, que muito contribuíram para o desenvolvimento nacional, não só no desempenho da atividade profissional, mas também na qualidade de professores e fundadores de instituições de ensino espalhadas pelo Brasil.

O domínio de variadas tecnologias tornou-se determinante no desenvolvimento e soberania das nações. Por isso, as atividades de ensino e pesquisa desenvolvidas pelo IME são estratégicas e vitais para o país. Reconhecido como um centro de excelência no ensino da engenharia, o IME possui um indelegável compromisso de formar recursos humanos altamente qualificados para atender as necessidades nacionais.

Admissão de Civis e de Mulheres

A partir de 1964, o IME passou a admitir civis que, ao final do curso, conquistavam a condição de oficial da reserva. Em outubro de 1995, a carreira do oficial do Quadro de Engenheiros Militares (QEM), foi reestruturada, trazendo em seu cerne modificações importantes.

O ano de 1997 marcou o início da participação feminina, para concludentes do segundo grau e para engenheiras formadas. O acesso aos cursos oferecidos pelo IME é realizado em absoluta igualdade de condições entre homens e mulheres.

A opção pelo serviço ativo permite que o formando siga a carreira militar até atingir o posto de General-de-Divisão. Os formandos que optaram pela reserva podem, ao final do curso, realizar um estágio de até seis anos como Oficiais da Reserva convocados. Dessa forma, o Exército contribui na criação de reais oportunidades de trabalho para um mercado cada vez mais exigente e qualificado.

Patrimônio Nacional

A síntese do pensamento moderno indica que as instituições que não se preocuparem com o domínio da tecnologia e da comunicação social estarão condenadas ao fracasso no século XXI. Nesse sentido, o IME tem buscado capacitar recursos humanos para atender às crescentes demandas nacionais no campo da ciência e tecnologia, visando romper o hiato tecnológico que separa o Brasil das grandes potências.

As atuais gerações de engenheiros militares buscam inspiração nos seus antecessores para dar continuidade ao passado de realizações e manter a admirável posição de importante centro produtor e irradiador da cultura técnica, em parceria com as comunidades acadêmicas nacionais e internacionais. Respaldado numa tradição secular e na busca constante da modernidade, o IME se constitui em peça fundamental para a Engenharia Militar no compromisso de vencer os limites que cerceiam a tecnologia nacional.

Fotografia da vista para a Praia Vermelha e o IME.
Fonte: Acervo do IME.
Fotografia da vista aproximada da frente do IME.
Fonte: Acervo do IME.
Fonte: Núcleo de TV do IME.

"Instituto Militar de Engenharia: Berço da Engenharia Brasileira, Centro de Excelência, Patrimônio Nacional".
Para saber mais acesse o link:
http://www.ime.eb.mil.br