A Indústria de Defesa Brasileira
Década de 70 e 80
É fundamental destacar de antemão que denominamos como Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) o conjunto das empresas estatais ou privadas que participam de uma ou mais etapas de pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição e manutenção de produtos estratégicos de defesa. Nessa rede, incluímos bens e serviços que, por suas peculiaridades, podem contribuir para alcançarmos os objetivos relacionados à segurança e à defesa do país.
Assim sendo, fica evidente o alto grau de importância que essa indústria ocupa na estrutura do Ministério da Defesa. Bem como, de forma ampliada, como ela pode contribuir para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras que, naturalmente, poderão atingir diversas áreas comerciais, beneficiando toda a sociedade.
Por assim dizer, devemos voltar à segunda metade do século XX, para entendermos um pouco mais sobre a Indústria de Defesa no Brasil. As décadas de 70 e 80 representam o ápice desta Indústria no país nesse século e, foi nesse período, notadamente no decorrer dos anos 80, que o Brasil chegou a ocupar o oitavo lugar mundial de exportador de produtos de defesa.
Nesse contexto, a Engenharia Militar do Exército esteve presente em diversas parcerias com a BIDS, caracterizando aquele ciclo como pujante e produtivo para a defesa do território nacional. Essas parcerias resultaram em vários produtos, dentre eles, destacamos os veículos blindados EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu, que se sobressaiam pela simplicidade, robustez e, principalmente, pela elevada mobilidade.
Outro destaque dessa época é o Sistema de Foguetes de Artilharia para Saturação de Área - ASTROS, que dotou o país de um sistema de artilharia de longo alcance e grande mobilidade. Desenvolvidos com tecnologia nacional para atender às necessidades da Força Terrestre, esses sistemas foram exportados para diversos países, alavancando a participação do Brasil no restrito mercado internacional de produtos de defesa. O sucesso desses produtos evidencia o domínio de tecnologias consideradas de ponta à época, algumas delas com emprego dual.
Historicamente, defesa e desenvolvimento caminham juntos, pois os investimentos na capacitação das Forças Armadas criam oportunidades que favorecem a inovação e o crescimento econômico de toda a sociedade. Por conta disso, o Ministério da Defesa vem desenvolvendo políticas e iniciativas que visam associar a ampliação da capacidade operativa das Forças Armadas à busca de autonomia tecnológica e ao fortalecimento da BIDS.
Os esforços empreendidos, nesse sentido, têm por finalidade fomentar o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação incorporando-os aos novos bens e serviços produzidos, resultando na manutenção e ampliação do parque industrial do país e, consequentemente, na geração de empregos.