Lourinha - O Primeiro Computador Nacional
1958-1960
De 1958 a 1960, alunos da Escola Técnica do Exército, atual Instituto Militar de Engenharia (IME), trabalharam no projeto carinhosamente apelidado de “Lourinha”, considerado o primeiro computador desenvolvido em território nacional.
Em seu projeto de fim de curso, os primeiros-tenentes Herbert Baptista Fiuza, José Augusto Mariz de Mendonça, Jorge Muniz Barreto, Mário de Moura Alencastro, Walter Mario Lace e Edison Dytz desenvolveram o “Lourinha” que foi o primeiro dispositivo analógico-digital capaz de automatizar operações simples como resolver uma equação do 2º grau, representando-as eletricamente por capacitores, resistências e transistores.
Dessa forma, por intermédio de conexões por fios, obtinha-se a solução em um osciloscópio. O trabalho foi orientado pelo Dr. Helmut Theodor Schreyer, pesquisador alemão e professor da disciplina de Circuitos Eletrônicos Digitais que veio para o Brasil em 1949, após a 2ª Guerra Mundial, e se tornou integrante do Corpo Docente do IME de 1952 a 1984. O “Lourinha” representou um importante marco na História da Computação, demonstrando a grande capacidade da Engenharia Militar de gerar inovações tecnológicas disruptivas.
Engenheiros militares como os protagonistas do “Lourinha” possibilitaram que o IME criasse o primeiro Curso de Graduação em Engenharia da Computação do Brasil, em 1985. Assim, em 1987, graduaram-se os cinco primeiros Engenheiros da Computação em solo nacional, os capitães Geraldo Pereira do Nascimento Junior, José Arthur Vieira, Paulo Roberto Leite Xavier, Paulo Roberto de Lira Gondim e Tasso de Siqueira Ottoni.
O pioneirismo do IME em Computação não se resume à graduação. Em 1972, foi oficialmente criado o Programa de Mestrado em Engenharia de Sistemas, com foco em Pesquisa Operacional e Matemática Aplicada, o que culminou com as primeiras dissertações sendo defendidas em 1975 pelos alunos Paulo da Silva de Vasconcelos e Denise Vieira da Fonseca Lopes. O curso do IME é um dos primeiros de pós-graduação na área, juntamente com os oferecidos pela PUC-Rio e a UFRJ.
Os pesquisadores formados nessa bicentenária e renomada Escola participam hoje de diversos projetos e pesquisas conduzidos pelo Exército e por outros Órgãos do país, desenvolvendo tecnologias duais que contribuem para o desenvolvimento e a soberania nacionais.