Durante o período colonial, os Arsenais de Guerra tornaram-se
elementos chave para o desenvolvimento e estruturação da força
terrestre. Com a finalidade capital de produzir os mais variados
materiais de emprego militar, eles se tornaram os precursores da
indústria bélica brasileira. Com isso, ao longo de toda a sua
história, não foram poucas as contribuições e avanços tecnológicos que
balizaram a importância dos Arsenais para a história militar
brasileira.
Arsenal De Guerra Do Rio (AGR)
O Arsenal de Guerra do Rio (AGR) remonta aos idos de 1762, quando foi
criado pelo então governador da capitania do Rio de Janeiro, Gomes
Freire de Andrade - Conde de Bobadela - com a denominação de “Casa do
Trem”, na Ponta do Calabouço, Centro do Rio de Janeiro, onde
atualmente se encontra o Museu Histórico Nacional.
A Casa do Trem tinha como principal atribuição atuar como fortificação
e guarda da Capitania, além de servir como local para
acondicionamento, manutenção e produção dos petrechos militares. Ao
suceder Bobadela, Luiz Álvares da Cunha - Conde da Cunha - ampliou a
instalação original da Casa do Trem, em 1764, a ela adicionando novas
construções, denominando o conjunto de "Arsenal do Trem".
Em 1832, com a extinção do alvará de 1811, passou o Arsenal a
denominar-se "Arsenal de Guerra da Corte", gozando de maior autonomia
e capacidade de produção. Em 1889, com a Proclamação da República,
ainda situado na Ponta do Calabouço, recebeu o nome de "Arsenal de
Guerra da Capital".
No contexto do crescimento urbano da cidade do Rio de Janeiro e com o
acelerado protagonismo estratégico, militar e industrial conquistado
pelo Arsenal,, este foi transferido, em 1902, para a então Praia de
São Cristóvão, atual bairro do Caju, onde passou a se chamar Arsenal
de Guerra do Rio de Janeiro – AGR.
Ao longo de sua história, o Arsenal se caracteriza pelo apoio ao poder
de combate do Exército, destacando-se por sua atuação nas Revoltas do
Brasil Regencial, na Guerra da Tríplice Aliança, na Guerra de Canudos,
na Revolta da Armada, Guerra do Contestado, bem como na Segunda Guerra
Mundial. Atualmente, o AGR, desempenha atividades de fabricação,
manutenção e pesquisa, constituindo-se em organização militar de
fundamental importância para a manutenção da capacidade de produção
bélica do Exército, além de atuar em apoio às ações de defesa civil.
Fonte: Youtube.
Arsenal De Guerra General Câmara (AGGC)
Nos idos de 1774, os “Armazéns Reais”, núcleo inicial do futuro
Arsenal de Guerra do Rio Grande do Sul, formavam a base de defesa da
região. Por lá, eram guardados materiais destinados à provisão da
tropa, bem como eram mantidas pequenas oficinas que realizavam reparos
de armamento, equipamentos e embarcações. É desta história inicial
que, no século XX, em 19 de agosto de 1940, foi criado o Arsenal de
Guerra General Câmara.
Os préstimos do Arsenal de Guerra do Rio do Grande Sul, ainda no
século XIX, foram destacados nas palavras do Marechal Duque de Caxias,
ao término da Guerra da Tríplice Aliança. O patrono do Exército
registrou que: "O Arsenal de Guerra do Rio Grande do Sul, pelo auxílio
que prestou às nossas Forças Armadas, foi um dos fatores da vitória".
Mantendo altiva sua missão, a fabricação e recuperação de material
bélico se tornou uma marca da Instituição, especialmente por ocasião
da 2ª Guerra Mundial. Nos dias atuais, o AGGC continua o seu trabalho
de manter a operacionalidade do Exército Brasileiro, executando a
manutenção e recuperação de materiais de emprego militar, além de
realizar trabalhos de modernização e transformação destes materiais.
Com o objetivo de acompanhar o progresso tecnológico, o Arsenal segue
investido na capacitação dos seus militares e no aprimoramento
constante das suas atividades.
Fonte: Youtube.
Arsenal De Guerra De São Paulo (AGSP)
Inaugurado em 2 de dezembro de 1958, o Arsenal de Guerra de São Paulo
(AGSP), é a mais nova instalação fabril do Exército Brasileiro. Criado
sobre o Governo do Presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976), o
arsenal fazia parte do esforço da Força Terrestre em particular e da
própria nação em seguir progredindo e aperfeiçoando a sua capacidade
realizadora.
A história do AGSP passa, especialmente, pela história do Parque
Regional de Motomecanização e do Parque Regional de Armamento. Duas
unidades militares que, em virtude de uma grande reestruturação do
Exército Brasileiro em 1982, originaram o Parque Regional de
Manutenção. Este último, quinze anos mais tarde, seria incorporado
pelo Arsenal de Guerra de São Paulo.
No final dos anos de 1990, como consequência do Projeto Fênix, cujo
objetivo foi revitalizar viaturas do Exército, o AGSP passou por
profundas mudanças. Naquele momento, pavilhões foram reformados,
máquinas e equipamentos foram adquiridos e, principalmente, uma nova
organização e metodologia de trabalho foi implementada.
Na atualidade, O AGSP, subordinado ao Sistema de Ciência e Tecnologia
do Exército, continua fazendo jus à missão institucional que lhe foi
conferida: “Desenvolver capacidades industriais para garantir a
operacionalidade da Força Terrestre Brasileira por intermédio da
produção, manutenção e inovação de sistemas e produtos de defesa,
agregando valor aos serviços prestados”.