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Logotipo da exposição 200 Anos de Ciência e Tecnologia no Brasil

A Era Dos Arsenais (1762-1822)

1762-1822

Durante o período colonial, os Arsenais de Guerra tornaram-se elementos chave para o desenvolvimento e estruturação da força terrestre. Com a finalidade capital de produzir os mais variados materiais de emprego militar, eles se tornaram os precursores da indústria bélica brasileira. Com isso, ao longo de toda a sua história, não foram poucas as contribuições e avanços tecnológicos que balizaram a importância dos Arsenais para a história militar brasileira.


Arsenal De Guerra Do Rio (AGR)

O Arsenal de Guerra do Rio (AGR) remonta aos idos de 1762, quando foi criado pelo então governador da capitania do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade - Conde de Bobadela - com a denominação de “Casa do Trem”, na Ponta do Calabouço, Centro do Rio de Janeiro, onde atualmente se encontra o Museu Histórico Nacional.

A Casa do Trem tinha como principal atribuição atuar como fortificação e guarda da Capitania, além de servir como local para acondicionamento, manutenção e produção dos petrechos militares. Ao suceder Bobadela, Luiz Álvares da Cunha - Conde da Cunha - ampliou a instalação original da Casa do Trem, em 1764, a ela adicionando novas construções, denominando o conjunto de "Arsenal do Trem".

Em 1832, com a extinção do alvará de 1811, passou o Arsenal a denominar-se "Arsenal de Guerra da Corte", gozando de maior autonomia e capacidade de produção. Em 1889, com a Proclamação da República, ainda situado na Ponta do Calabouço, recebeu o nome de "Arsenal de Guerra da Capital".

No contexto do crescimento urbano da cidade do Rio de Janeiro e com o acelerado protagonismo estratégico, militar e industrial conquistado pelo Arsenal,, este foi transferido, em 1902, para a então Praia de São Cristóvão, atual bairro do Caju, onde passou a se chamar Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro – AGR.

Ao longo de sua história, o Arsenal se caracteriza pelo apoio ao poder de combate do Exército, destacando-se por sua atuação nas Revoltas do Brasil Regencial, na Guerra da Tríplice Aliança, na Guerra de Canudos, na Revolta da Armada, Guerra do Contestado, bem como na Segunda Guerra Mundial. Atualmente, o AGR, desempenha atividades de fabricação, manutenção e pesquisa, constituindo-se em organização militar de fundamental importância para a manutenção da capacidade de produção bélica do Exército, além de atuar em apoio às ações de defesa civil.

Foto histórica do Arsenal de Guerra do Rio – 1919.
Fonte: Acervo do Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro.
Foto Histórica do Material Bélico do Arsenal de Guerra do Rio.
Fonte: Acervo do Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro.
Fonte: Youtube.

Arsenal De Guerra General Câmara (AGGC)

Nos idos de 1774, os “Armazéns Reais”, núcleo inicial do futuro Arsenal de Guerra do Rio Grande do Sul, formavam a base de defesa da região. Por lá, eram guardados materiais destinados à provisão da tropa, bem como eram mantidas pequenas oficinas que realizavam reparos de armamento, equipamentos e embarcações. É desta história inicial que, no século XX, em 19 de agosto de 1940, foi criado o Arsenal de Guerra General Câmara.

Os préstimos do Arsenal de Guerra do Rio do Grande Sul, ainda no século XIX, foram destacados nas palavras do Marechal Duque de Caxias, ao término da Guerra da Tríplice Aliança. O patrono do Exército registrou que: "O Arsenal de Guerra do Rio Grande do Sul, pelo auxílio que prestou às nossas Forças Armadas, foi um dos fatores da vitória".

Mantendo altiva sua missão, a fabricação e recuperação de material bélico se tornou uma marca da Instituição, especialmente por ocasião da 2ª Guerra Mundial. Nos dias atuais, o AGGC continua o seu trabalho de manter a operacionalidade do Exército Brasileiro, executando a manutenção e recuperação de materiais de emprego militar, além de realizar trabalhos de modernização e transformação destes materiais. Com o objetivo de acompanhar o progresso tecnológico, o Arsenal segue investido na capacitação dos seus militares e no aprimoramento constante das suas atividades.

Arsenal de Guerra General Câmara em funcionamento - 1940.
Fonte: Acervo do Arsenal de Guerra de General Câmara.
Arsenal de Guerra General Câmara em funcionamento - 1940.
Fonte: Acervo do Arsenal de Guerra de General Câmara.
Fonte: Youtube.

Arsenal De Guerra De São Paulo (AGSP)

Inaugurado em 2 de dezembro de 1958, o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), é a mais nova instalação fabril do Exército Brasileiro. Criado sobre o Governo do Presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976), o arsenal fazia parte do esforço da Força Terrestre em particular e da própria nação em seguir progredindo e aperfeiçoando a sua capacidade realizadora.

A história do AGSP passa, especialmente, pela história do Parque Regional de Motomecanização e do Parque Regional de Armamento. Duas unidades militares que, em virtude de uma grande reestruturação do Exército Brasileiro em 1982, originaram o Parque Regional de Manutenção. Este último, quinze anos mais tarde, seria incorporado pelo Arsenal de Guerra de São Paulo.

No final dos anos de 1990, como consequência do Projeto Fênix, cujo objetivo foi revitalizar viaturas do Exército, o AGSP passou por profundas mudanças. Naquele momento, pavilhões foram reformados, máquinas e equipamentos foram adquiridos e, principalmente, uma nova organização e metodologia de trabalho foi implementada.

Na atualidade, O AGSP, subordinado ao Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército, continua fazendo jus à missão institucional que lhe foi conferida: “Desenvolver capacidades industriais para garantir a operacionalidade da Força Terrestre Brasileira por intermédio da produção, manutenção e inovação de sistemas e produtos de defesa, agregando valor aos serviços prestados”.

Fotografia da vista noturna do IME.
Fonte: Revista Arsenal de Guerra de São Paulo, 65 anos, Em comemoração do Jubileu de Safira. São Paulo. 2022.
Fotografia da vista aérea do IME.
Fonte: Revista Arsenal de Guerra de São Paulo, 65 anos, Em comemoração do Jubileu de Safira.
Fonte: Youtube.

Para saber mais acesse os seguintes links:
http://www.agr.eb.mil.br/index.php/historico
http://www.aggc.eb.mil.br/index.php/historico
https://agsp.eb.mil.br/index.php/historico